quinta-feira, 28 de março de 2013

PASTOR ALEMÃO


A Raça Pastor Alemão

Quando pensamos nos cachorros da raça Pastor Alemão, imediatamente lembramos da imagem de um cão de guarda, muitas vezes ao lado de um militar, ou policial. A raça foi desenvolvida inicialmente para conduzir e proteger os rebanhos, mas devido à sua notável inteligência, vigor físico e agilidade, o Pastor Alemão é considerado o mais versátil dos cães e está apto a desempenhar inúmeras funções.

Devido à bela aparência e caráter único, o Pastor Alemão é uma das raças mais populares em todo o mundo e não é diferente aqui no Brasil ou na Europa. O Pastor Alemão é um animal de estimação perfeito para a família, leal e excelente cão de guarda. É um cachorro carinhoso, alegre, atento e dedicado aos seus donos. O Pastor Alemão é capaz de desempenhar diferentes funções, demonstrando incrível aptidão em todas elas. Sempre disposto e brincalhão, o Pastor Alemão é uma raça que adora crianças. Uma vez que um relacionamento é estabelecido, o Pastor Alemão se tornará um grande amigo e protetor, totalmente devotado ao seu pequeno 'dono'.





História da Raça


Selecionado a partir das variedades de cães de pastoreio do centro e do sul da Alemanha, a criação metódica da raça Pastor Alemão teve início oficialmente em 1899, com o objetivo de criar um cão de utilidade, de grande porte e altamente qualificado. Mais tarde, o Pastor Alemão ganhou notoriedade por seu papel nas duas guerras mundiais. Tão grande foi a boa  impressão causada, que a raça obteve um verdadeiro exército de admiradores. O primeiro exemplar da raça Pastor Alemão foi exibido na América em 1907.



No século XX, a popularização do Pastor Alemão  esteve diretamente associada com os personagens de TV 'Strongheart' e 'Rin-Tin-Tin', representados por cães da raça. Atualmente, o Pastor Alemão é usado em diferentes atividades, como cão de busca e salvamento, cão de guarda, cão farejador, cão guia, entre tantas outras. Com tanta qualidade, a raça tornou-se ao longo do tempo, uma das mais adoradas de todo mundo.









Aparência Geral



A primeira impressão ao ver um exemplar de Pastor Alemão é de um cachorro forte, bem musculoso, alerta e cheio de vida. É um cão bem equilibrado, com desenvolvimento físico bastante harmonioso. O Pastor Alemão é um cachorro encorpado, mais comprido do que alto e apresenta uma silhueta formada por curvas suaves. A raça possui um olhar nobre, que expressa confiança, penetrante e inconfundível. As orelhas de tamanho médio, naturalmente eretas e pontiagudas, dão ao Pastor Alemão uma aparência de lobo.



O Pastor Alemão apresenta pelagem dupla, de comprimento médio. A pelagem externa deve ser o mais densa possível, lisa, dura e rente ao corpo. O  Pastor Alemão apresenta algumas variações de cor, mas a maioria das cores são aceitas - as preferidas são as cores fortes.









Temperamento



O temperamento da raça Pastor Alemão é equilibrado, seguro e confiável. O Pastor Alemão é um cachorro seguro de si, apto a reagir prontamente a qualquer tipo de acontecimento inesperado. Os cães da raça Pastor Alemão demonstram uma incrível auto-confiança e também uma certa indiferença em relação à estranhos.



A coragem desses cães é lendária, assim como seu instinto de defesa. Por isso, o Pastor Alemão é um dos cachorros mais procurados para guarda e proteção, já que apresenta uma predisposição natural para desempenhar essas tarefas.



O Pastor Alemão é um atleta versátil que adapta-se a diversas funções, aprendendo exercê-las facilmente.

A coragem e defesa, entretanto, não devem ser confundidas com agressividade e perigo. Apesar do Pastor Alemão ser, em geral, desconfiado com estranhos, os exemplares desta raça não são agressivos por natureza. Ao contrário, tendem a estar sempre atentos, mas jamais atacam sem motivo. Tenha sempre em mente que a socialização do cachorro desde pequeno é condição imperativa para o desenvolvimento adequad - isso vale para qualquer raça. A socialização torna-se ainda mais importante no caso das raças de maior porte e grande capacidade física, como o Pastor Alemão.


O Pastor Alemão é uma raça fácil de treinar e é muito adaptável a qualquer técnica de treinamento. No entanto, alcançar o seu pleno potencial de treinamento é sempre mais fácil priorizando o adestramento através de reforço positivo.


Saúde e cuidados



Apesar de ser uma raça que se adapta com facilidade, o Pastor Alemão é um cão ativo, mais indicado, portanto para casas com quintal, chácaras e sítios do que para apartamentos ou casas com pouco espaço. Este é um cachorro trotador e necessita desenvolver sua musculatura adequadamente. Um pequeno jardim pode ajudar, mas nunca substitui os passeios e brincadeiras. A prática de esportes caninos como agility ou schutzhund, pode ajudar a manter a saúde de um Pastor Alemão criado em ambientes menores.



Apesar de grande, o Pastor Alemão adora viajar com sua família. Trata-se de uma raça que adora a vida ao ar livre, com muita brincadeira e principalmente atividades físicas. Lembre-se que o treinamento do filhote de Pastor Alemão também é muito importante para ajudar a desenvolver ao máximo a capacidade intelectual do cachorro adulto.



Importante: tenha cuidado com a super alimentação! Pastores Alemães têm um apetite voraz e é importante oferecer a dose diária adequada de ração, preferencialmente de linha super-premium, seguindo corretamente as instruções da embalagem. Isso pode evitar que o cachorro desenvolva futuramente problemas gástricos e obesidade.







Pelo e pelagem




Manter saudável a pelagem do Pastor Alemão não é um trabalho difícil . Não requer tosa, nem cortes especiais, mas costuma soltar pelos, por isso a escovação regular é recomendada. Se possível, procure evitar dar banhos com muita frequência pois pode danificar a proteção natural do pelo, deixando o cachorro mais suscetível a apresentar problemas de pele. Quando der banho, procure usar somente produtos neutros e nunca utilize aqueles que contém veneno, como por exemplo, sabonetes e shampoos anti-pulga. 






DOGUE ALEMÃO





Dos gigantes gentis caninos, o Dogue Alemão se destaca. Sua enorme força e tamanho condizem com sua natureza gentil e carinhosa. Apesar de seu nome de origem, Great Dane, ter raízes dinamarquesas, a raça foi desenvolvida na Alemanha, onde é conhecida como Deutsche Dogge ou Germam Mastiff.

História do Dogue Alemão

Muitas das antigas civilizações tinham cães semelhantes aos grandes mastiff representados em seus artefatos. Uma das hipóteses é que teriam sido introduzidos nos países do Mediterrâneo pelos fenícios. Outra é que as legiões romanas os trouxeram diretamente para a Alemanha. Um cão muito parecido com o Dogue Alemão aparece nas moedas gregas do século I a.C., esta conexão com a Grécia que lhe gerou o apelido de Apólo dos cães. Na idade média a raça não era apenas um símbolo de condição social, onde viviam em amplos castelos da realeza e dos nobres, mas também pela sua arte em caçar javalis, veados e lobos.

Características do Dogue Alemão

O Dogue Alemão é um cão de imensa lealdade, extremamente gentil e carinhoso. O gigante gentil fica marcado na vida de muitos donos por todo o mundo. Para utilizá-lo como um verdadeiro cão de guarda, é necessário treinamento desde bem jovem. 




Altura: Macho: mínimo 80cm
Fêmea: mínimo 72cm
Peso: 50kg a 70kg
Grupo: Grupo 2 – Tipo dogue
Funções: Companhia e guarda
Grau de atividade: Moderado a baixo
Pêlo: Curto, denso e liso, de aparência brilhante
Cor: Preto com ou sem marcas brancas, azul com ou sem marcas brancas, dourado, tigrado e alerquim
Nome de origem: Deutsche dogge
País de origem: Alemanha
Registro FCI: 235

quarta-feira, 27 de março de 2013

INTOXICAÇÃO EM GATOS



Deve-se considerar que os gatos estão expostos a uma grande variedade de toxinas potenciais, incluindo agentes tão diversos quanto drogas de prescrição, substâncias químicas, produtos domésticos e plantas.


A exposição não é limitada à via oral, mas também pode envolver inalação e administração percutânea ou parenteral.
A maior parte dos casos de toxicoses felinas é acidental, em vez de ter natureza intencional ou iatrogênica.

Um dos principais fatores responsáveis pela suscetibilidade dos felinos a vários compostos tóxicos se relaciona diretamente a sua capacidade limitada de metabolizar e destoxicar tais compostos, particularmente em comparação com outras espécies como os cães.

O envenenamento com raticidas é um fenômeno comum em gatos, com a exposição dos animais a uma variedade de meios, incluindo preparação negligente  de iscas e envenenamento secundário pela ingestão de roedores.

Os inseticidas representam fonte comum de envenenamento para gatos. A intoxicação sempre se segue à aplicação ou à ingestão de organofosforados ou carbamatos usados como inseticidas.

Os gatos podem se intoxicar também com moluscicidas, herbicidas, metais (chumbo, arsênio, mercúrio), produtos domésticos, produtos medicinais (salicilatos, paracetamol), produtos dietéticos (vitamina A).



terça-feira, 26 de março de 2013

SARNA DEMODÉCICA


A Sarna Demodécica


A sarna demodécica, também conhecida por demodecicose ou sarna negra, é causada pelo ácaro Demodex Canis, que faz parte da fauna natural presente na pele de todos os cães. O ácaro habita os folículos pilosos e, por vezes, as glândulas sebáceas. Da mesma forma que o seu parente, Demodex Folliculorum, habita os folículos pilosos da pele humana causando o cravo cutâneo.

Não há risco de transmissão para o homem. Essa família é espécie-específica, possuindo afinidade com um tipo de hospedeiro. Assim o Demodex Canis habita a pele dos cães, o Demodex Cati a pele dos felinos e o Demodex Cunicule a pele dos coelhos e lebres.


Demodex Canis.

Mede 40 por 300 micra.
(Micra é o plural de mícron e este representa a milésima parte de um milímetro) 


A transmissão sempre se dá pelo contato. Mas não é simples, pois o ácaro permanece abaixo da epiderme, na camada chamada derme, onde estão abrigados vasos, nervos, glândulas sebáceas, sudoríparas e os folículos pilosos. O contato deve ser estreito e prolongado para que haja transmissão, como no caso da amamentação da ninhada em que o ácaro passa da mãe para os filhotes. Alguns experimentos comprovaram que não há transmissão intra-uterina e nem na passagem pelo canal vaginal, sendo que, após o nascimento e inicio da lactação, em um período entre 8 e 18 horas todos os filhotes já apresentam o ácaro na região do focinho. Essa transmissão é do ácaro. É absolutamente normal e não implica no desenvolvimento da demodecicose.


Um outro experimento demonstrou a transmissão de um filhote que desenvolveu a demodecicose generalizada, para outros filhotes de linhagem tradicionalmente isenta, ao reuni-los todos, em um mesmo canil. Isso comprova que um ambiente saturado por uma superpopulação de Demodex canis, em seus vários estágios de desenvolvimento pode levar os filhotes sadios a um nível de infestação superior a capacidade de controle de seu sistema imunológico e ao desenvolvimento da Demodecicose.

Mas essas circunstâncias são muito especiais e a maior parte da literatura assume que não há transmissão lateral da sarna demodécica.

Há pouco tempo, a sarna demodécica era considerada uma doença hereditária. Atualmente sabe-se que a questão da hereditariedade está ligada a uma deficiência do sistema imunológico, passada dos pais para os filhos. Mais especificamente, à produção de um tipo de linfócito (glóbulo branco) conhecido como célula T ou Linfócito T, que tem um importante papel no sistema imune.

Essa limitação do sistema imunológico poderá levar ao desenvolvimento da sarna demodécica e de outras doenças. 

Independentemente de sua herança genética, e da qualidade do seu sistema imunológico, outros fatores de estresse poderão levar um cão para um quadro de imunossupressão, e para o desenvolvimento da Demodecicose. O hipotireoidismo, algumas neoplasias ou uma forte infestação verminótica são bons exemplos. O uso prolongado de corticosteróides, por sua característica imunossupressora, tem sido associado a casos de demodecicose.


Existem, fundamentalmente, dois tipos de Demodecicose, a localizada e a generalizada.

"A Demodicose localizada e a demodicose generalizada devem ser consideradas como duas entidades patológicas distintas, exigindo diferentes terapias, com atenção a dieta, ao programa de vacinação e tratamento anti-helmíntico. Nos animais adultos, causas primárias podem contribuir para uma imunossupressão, favorecendo assim a proliferação do D.Canis (CHESNEY, 1999)."

Em ambos os casos, o diagnóstico somente poderá ser confirmado pelo exame microscópico do raspado profundo da pele lesionada, constatando a presença de vários ácaros em seus diversos estágios de desenvolvimento, por campo de observação.


A Demodecicose localizada.

Como o próprio nome sugere, as lesões ocupam áreas reduzidas e descontinuadas. Normalmente na cabeça, pescoço ou membros anteriores. Mas nada impede que surjam manchas em outras regiões do corpo. O primeiro sinal é a alopecia (perda de pêlos), que é seguida pelo surgimento de eritema em graus variados (coloração avermelhada da pele ocasionada por vasodilatação capilar, sendo um sinal típico da inflamação). Não são freqüentes o pruridos (coceira) ou a piodermite secundária (condição infecciosa, produtora de pus, causada por outros organismos oportunistas).


A ocorrência de Demodecicose localizada é, relativamente, comum no primeiro ano de vida dos filhotes, devido às flutuações do seu sistema imunológico. A cura ocorre naturalmente em 80% dos cães, sem qualquer tratamento. Em 10 % dos casos há evolução para a Demodecicose generalizada, configurando um quadro mais grave que dificilmente chegará à cura total. Há necessidade de acompanhamento veterinário para a correta avaliação da evolução do quadro clínico.


Demodecicose generalizada.


É a forma grave da doença e ocorre como conseqüência de uma predisposição hereditária à imunossupressão.

A doença se apresenta como uma dermatite crônica. Há alopecia em áreas maiores, com descamação, formação de crostas, hiperpigmentação (manchas) e piodermites severas. Poderá ocorrer inflamação dos gânglios, febre e perda de peso.


As infecções secundárias, pela diversidade de microorganismos oportunistas, exigem coleta de material, cultura e antibiograma, para tratamento específico.

O resultado do hemograma do cão com sarna demodécica generalizada, em 50% dos casos, apresenta anemia não regenerativa, normocíticas ou normocrómicas. Apresenta, ainda, baixos níveis de Tiroxina Sérica.


É rara a cura total. Na maioria dos casos há reincidência da doença após algum tempo.
Dessa forma, um cão, macho ou fêmea, que tenha demonstrado incapacidade imunológica para o controle do Demodex canis, não poderá ser empregado na reprodução, pois essa deficiência é, comprovadamente, transmissível aos seus descendentes.


Pododemodecicose

Na podemodecicose o cão apresenta lesões nas patas, na região interdigital. Poderá ocorrer sem que surjam lesões em outras áreas. Têm caráter crônico e normalmente vem acompanhada por piodermites.
"A área afetada apresenta tumefação, cistos interdigitais que ulceram e drenam material exsudativo ou serosanguinolento formando crostas hemorrágicas. A pele fica hiperpigmentada e espessada e pode conter pústulas interdigitais (BENSIGNOR; CARLOTTI, 2000)."


Tratamento


"Na demodicicose localizada não é indicado tratamento, pois 90% dos casos tem cura espontânea em algumas semanas a meses e estudos demonstram que não há diferença na taxa de cura nos casos tratados e não tratados (BENSIGNOR; CARLOTTI, 2000; SANTAREM 2007)."


Na demodecicose generalizada o tratamento deve ser iniciado pelo combate aos causadores primários, se comprovados, como verminoses ou o hipotireoidismo.


A piodermite deve ser tratada com prioridade. Na ausência de antibiograma tem sido empregada com grande sucesso no tratamento das infecções secundaria a Cefalexina, na dose de 20 mg por kg de peso vivo durante 14 dias.


Para o combate ao Demodex canis, a recomendação do FDA (Food and Drug Administration) é o uso tópico em banhos ou pulverizações do Amitrax na concentração de 250 ppm. No Brasil é comum o emprego do Triatox da Schering-Plough, na dosagem de 4 mL por litro de água em banhos semanais até que os raspados de pele se mostrem negativos.

Um dia antes do banho com a solução de Amitrax o cão deve ser banhado com um xampu anti-séptico, para remoção de caspas, crostas e exsudatos, permitindo uma maior penetração do medicamento. O cão não deve ser enxaguado e deve secar o pelo à sombra.

A Virbac produz no Brasil uma coleira dermatológica à base de Amitrax, chamada de Preventic, que configura bom apoio ao tratamento.

Nas lesões interdigitais pode ser passada, diariamente, uma solução de Triatox em óleo mineral, na concentração de 1 mL para 10 mL de óleo.


Um medicamento de uso sistêmico que vem sendo empregado com sucesso é a Ivermectina, em uso oral, na posologia de 0,5 mg/Kg em dose diária, durante 90 dias.

Um protocolo de tratamento que vem apresentando ótimos resultados em diversos planteis é injeção subcutânea de 1 mL de ivomec injetável para cada 25 kg de peso vivo do cão, uma vez por semana, durante 8 semanas. Isso, associado a aplicações mensais pour-on de Promeris Duo ou Advocate. Nos casos mais graves, de demodécica generalizada, banhos com amitrax e cefalexina tem sido adicionados a esse tratamento, por diversos veterinários.


"A Ivermectina se mostra se mostra efetiva em 83,3 % dos cães tratados por um período de dez a dezoito semanas e por mais um mês após a cura clínica na dose de 300 a 600 µg/kg (PARADIS, 1999)."
O Levamisol têm sido empregado como coadjuvante no tratamento sistêmico, principalmente, por suas propriedades estimulantes do sistema imunológico.

DOENÇAS CAUSADAS POR PULGAS


Podem causar doenças atuando como parasitas, transmissores (vetores) ou como hospedeiros intermediários. Observação: hospedeiro intermediário ocorre normalmente em doenças parasitárias, em que o parasita necessita passar por dois hospedeiros, um definitivo (onde ocorre a fase sexuada do ciclo evolutivo) e um intermediário (onde ocorre a fase assexuada do ciclo evolutivo).

Pulgas atuando como parasitos

Causam espoliação sanguínea, por alimentarem-se do sangue do hospedeiro que, no caso, pode ser o homem. Existem várias espécies que continuam a exercer a hematofagia mesmo após repletas. Animais de pequeno porte ou crianças podem desenvolver anemia, no caso de parasitismo intenso.
Provocam irritação da pele devido à picada, podendo causar alergias e irritação da pele com prurido (coceira). Podem causar lesões na pele nos locais da picada, com possível veiculação de doenças oportunistas: tétano, gangrenas gasosas e micoses. Essas doenças serão melhores explicadas à diante.

Pulgas atuando como transmissoras ou vetores

Transmitem para o homem riquetsioses (infestações responsáveis pelo tifo murino) e doenças bacterianas, como peste bubônica, tularemia e salmoneloses.

Pulgas atuando como hospedeiros intermediários

Atuam nos ciclos evolutivos de protozoários, cestódeos e nematódeos, sendo que desses, o que pode desenvolver doenças no homem é o cestódeo Hymenolepis nana, que causa a himenolepíase, doença que provoca alterações intestinais.

Peste bubônica

Desde a antiguidade sabe-se que os ratos têm relação com a transmissão da peste. Durante os séculos VI e XIV ocorreu uma pandemia com milhões de mortes, sendo a doença conhecida como “peste negra”. Como essa doença teve uma alta taxa.de mortalidade, foram desenvolvidos diversos métodos para acabar com os ratos. No entanto, hoje se sabe que é a principal doença transmitida por pulgas. Essas são parasitas de roedores e de várias outras espécies, podendo atingir o homem. Nesse caso transmitem a doença, que ocorre primariamente em ratos, para os humanos, sendo caracterizada como uma sinantropia.

É preciso estar atento quando há grande mortalidade de ratos, pois uma vez que seu hospedeiro natural está morto, as pulgas passam a procurar novos hospedeiros. O contato de ratos com animais domésticos facilita a entrada da moléstia para o ambiente domiciliar e desse modo, é necessário que se evite o contato de ratos urbanos com cães e gatos domésticos. Além de serem transmissores, os felinos também podem manifestar a doença.

A doença é causada por uma bactéria da espécie Yersinia pestis, que é veiculada quando o inseto realiza a hematofagia, dos seguintes modos: através do sangue contaminado presente no intestino da pulga, que é regurgitado durante a picada ou através das fezes contaminadas (menos freqüente).

O principal sintoma é a formação de bubões, que são inflamações dos linfonodos, pela presença dessas bactérias. A forma mais grave é a pulmonar, que ocorre quando essas bactérias alcançam o pulmão, e tem 100% de letalidade.

Uma estimativa da infectividade é a relação do número de pulgas encontradas por rato, chamada de Índice Pulicidiano. Toda vez que esse índice for superior a cinco, e a pulga prevalente for Xenopsylla cheopis, há grande exposição da população à infecção.

Profilaxia (Prevenção): deve-se fazer a desratização acompanhada de despulização, isto é: morte dos ratos acompanhada da morte das pulgas. Pode-se empregar a anti-ratização, que consiste no afastamento dos ratos das áreas urbanas e do domicilio, deixando estes locais inviáveis para o desenvolvimento dos mesmos.

Tratamento: uso de estreptomicinas e sulfas (antibacterianos).

Tifo Murino

A palavra typhu é derivada do grego e expressa o estado confuso e nebuloso, mental, que ocorre durante a doença. É causada pela espécie Rickettsia typhi, que é eliminada pelas fezes das pulgas Xenopsylla cheopis, sendo transmitida quando estas exercem hematofagia. Quando a pulga alimenta-se há defecação e, quando o material contaminado entra em contato com o sítio da picada, desenvolve a infecção.

Doenças rickettsiais têm ampla distribuição mundial e já causaram a morte de pesquisadores que atuaram na área. Essas mortes podem ser explicadas pelo fato de a infecção poder ser transmitida através das mucosas conjuntivas e nasais quando em contato com aerossóis, em laboratório.

Rickettsias são bactérias pequenas, visíveis em microscopia comum, e que só desenvolvem-se em células vivas. São encontradas em diversas espécies, mas pulgas e carrapatos não apresentam os sintomas da doença, mesmo albergando a bactéria e, dessa forma, atuam como transmissores.

O reservatório da infecção é o rato e o ciclo normalmente é mantido (pulga – rato – pulga). A doença ocorre principalmente em indivíduos que trabalham em locais onde existem muitos ratos, como docas e armazéns de cereais, de modo que as pulgas que parasitam esses ratos são capazes de parasitar o homem, e são transmitidas por contato e proximidade.

O período de incubação (aquele em que o indivíduo possui a bactéria, mas ainda não desenvolve a doença), é de uma ou duas semanas. Os sintomas iniciam com dor de cabeça, mialgia, e tosse. Há rash cutâneo, que é centrípeto e localizado na área superior do tórax e abdome. Após alguns dias torna-se maculopapular, permanecendo assim por quatro a oito dias.

O tifo murino era endêmico em áreas infestadas de ratos, mas com a melhoria do controle de ratos, ele se tornou raro no Brasil.

Tratamento: uso de antibióticos como a doxiciclina; cloranfenicol para mulheres grávidas.

Prevenção: uso de pulicidas e a anti-ratização, e prevenção de humanos e animais domésticos do contato com ratos. Como proteção pessoal, deve-se incluir o uso de roupas que cubram a pele exposta, assim como o uso de calçados.

“Bicho de pé”:

É causado pelo parasitismo por Tunga penetrans, cuja fêmea penetra nos tecidos, e alimenta-se deste e do sangue, enchendo-se de ovos. Esta espécie é a menor encontrada dentre as pulgas, e causa lesões cutâneas numerosas com intenso prurido. Essas lesões costumam estar próximas entre si e localizar-se no calcanhar, sendo conhecidas como “favo de mel”. Em alguns dias todos os ovos são eliminados e a fêmea morre e sai ou é destruída pela reação do hospedeiro.

As feridas causadas pelo prurido e pela penetração de Tunga penetrans podem ser responsáveis pela veiculação mecânica de tétano, micoses e gangrena gasosa

Observação:

Tétano: doença infecciosa, mas não contagiosa, causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que atua nas células do sistema nervoso central. A doença caracteriza-se por intensa contração muscular, podendo levar à parada respiratória e morte.

Gangrena Gasosa: surge em ferimentos contaminados por bactérias da espécie Clostridium perfringens. Ocorre em lesões que tenham contato de pele com terra suja e é favorecido pela diminuição da oxigenação do tecido, sendo presente tanto em ambientes rurais quanto urbanos. Consiste em necrose anaeróbia dos músculos esqueléticos.

Profilaxia: tratamento adequado para lesões teciduais, com limpeza constante do local e uso de antibactericidas.

Combate às pulgas

O combate é feito através de medicamentos usados nos hospedeiros, que normalmente são os cães, e de pulicidas usados no ambiente. O combate às pulgas que infestam os cães é feito através de xampus, microcápsulas, talcos, coleiras e gotas com pulicidas. No interior dos domicílios a aplicação de anti-pulgas deve ser realizada em locais comumente habitados por estas, como frestas, carpetes, tapetes, panos e animais.

É importante que antes da aplicação as crianças e animais de pequeno porte sejam afastados e que todos os produtos alimentícios sejam cobertos e protegidos da droga. A volta ao domicílio só pode ser feita após intervalo e com intensa ventilação. Os medicamentos mais usuais estão descritos a seguir:

Xampus: atuam na remoção mecânica dos parasitas adultos e, os que atuam com o uso de óleo, dificultam e fixação do parasita aos pêlos e à pele.

Advantage Duo (Bayer): atua no sistema nervoso de pulgas adultas (do gênero Ctenocephalides) presentes nos cães; tem segurança para aplicação nos animais, e mata pulgas por contato, sem que estas tenham necessidade de estarem aderidas à pele do animal. O produto é à base de ivermectina e elimina pulgas reinfestantes devido à sua ação residual (continua agindo mesmo após algum tempo da aplicação).

Fleegard (Bayer): indicado para o controle ambiental de pulgas adultas do gênero Ctenocephalides, é um aerossol que não deve ser aplicado direto sobre os animais. Eficiente por até seis meses.

Frontline Plus (Merial): age contra adultos, larvas e ovos. As glândulas sebáceas atuam como reservatório do medicamento, sendo este de ação prolongada. O medicamento tem dois princípios ativos: um é o Fipronil que age contra adultos, e outro é o S – metopreno, que atua como inibidor do crescimento, impedindo o desenvolvimento de ovos e larvas.

Scalibor Protector Band: coleira que libera o princípio ativo Deltametrina, que se espalha pelo corpo do animal e é capaz de atuar sobre pulgas e flebótomos (insetos), tem ação duradoura de até seis meses.

Program (Novartis): Inibidor do desenvolvimento, tem como princípio ativo o Luferunon, que impede a formação de quitina nas larvas. Usualmente chamado como “anticoncepcional de pulgas”, pois deve ser administrado mensalmente aos animais.

DDT: organoclorado que atua no combate às pulgas e é usado preferencialmente sobre o ambiente (esconderijos e lugares de passagem de ratos). No entanto, seu uso tem sido evitado por sua toxicidade, efeito residual e outros efeitos adversos que dificultam o uso sobre o homem.

Malation/ Diazinon/ Cloripirifos (Organofosforados): atuam no combate às pulgas tanto no homem, quanto em animais e ambientes domésticos. Exigem tratamento cauteloso uma vez que são inibidores irreversíveis da acetilcolinesterase (enzima essencial presente no sistema nervoso e que regula o impulso nervoso).

domingo, 24 de março de 2013

COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE CARRAPATOS!


Os carrapatos trazem grande desconforto aos nossos cachorros e além da coceira também podem passar doenças. Cães são alvos fáceis para os carrapatos, já que por si só não conseguem combatê-lo. Para podermos acabar com esse parasita precisamos antes de mais nada entendê-lo, a seguir preparamos um conjunto de informações para te auxiliar no combate ao carrapato no seu cão.

O que são os carrapatos?

Carrapatos são pequenos aracnídeos parasitas que necessitam de sangue para sobreviver e reproduzir.
Os registros fósseis sugerem sua existência há pelo menos 90 milhões de anos e há mais de 800 tipos de carrapatos no mundo.

Eles não voam, não pulam (como as pulgas) e sim vão andando e se agarram no hospedeiro. Carrapatos possuem uma relação mais próxima com as aranhas e ácaros do que com insetos como pulgas. Eles podem atacar uma variedade grande de anfitriões, como cães, pássaros, gatos e humanos.

Geralmente atacam no início da primavera até o fim do verão. Podem ser encontrados em todos os cantos, desde áreas urbanas à parques e se proliferam rapidamente em um ambiente.

A maioria dos carrapatos não transmite doenças. Há, porém, uma variedade de doenças transmitidas por carrapatos e seus sintomas variam de acordo com o microbio (patogênese), assim como o tratamento.
Apenas duas famílias de carrapatos, Ixodidae (carrapatos duros) e Argasidae (carrapatos moles), são conhecidas por transmitir doenças aos seres humanos. Carrapatos duros possuem escudos ou placa dura em suas costas, enquanto carrapatos moles não.

Apesar das pessoas não poderem pegar essas doenças diretamente dos cães, carrapatos infectados podem morder os humanos e transmitir diretamente para o homem. Se o seu cão está exposto, você e sua família também estão.
Carrapatos possuem um ciclo de vida complexo que inclui ovos, larvas, ninfas e adultos machos e fêmeas. A larva, as ninfas e os adultos precisam de sangue. Geralmente , a fêmea adulta (carrapato duro) é que mais causa mordidas, já que  é comum que os machos morram após a copulação.
Apesar de que se não se alimentarem os carrapatos irão morrer eventualmente, muitas espécies podem sobreviver um ano ou mais sem uma refeição. Os carrapatos duros tendem a se alimentar por horas ou dias. A transmissão geralmente ocorre no final da refeição quando o carrapato está cheio de sangue. Carrapatos moles geralmente se alimentam por menos de uma hora. A transmissão de doenças nos carrapatos moles pode acontecer em menos de um minuto. A mordida de alguns dos carrapatos moles produz uma reação intensamente dolorosa.

No Brasil, os carrapatos mais conhecidos são: carrapato-estrela e o carrapato-vermelho-do-cão. O micuim, ou carrapato-pólvora, é a larva do carrapato-estrela, que, quando adulto pode ficar do tamanho de um feijão verde. O carrapato-vermelho-do-cão, de cor marrom-avermelhada, é considerado a espécie mais difundida em todo o mundo.

Os carrapatos carregam seu próprios minúsculos parasitas (protozoários e bactérias), que podem causar doenças muito graves em animais e seres humanos, uma vez que penetram na corrente sanguínea.

Dentre elas, as mais conhecidas no Brasil são: a febre maculosa (transmitida principalmente pelo carrapato-estrela), a babesiose canina e a erliquiose canina (transmitida principalmente pelo carrapato-vermelho-do-cão).

No Brasil não há um tratamento preventivo contra as doenças do carrapato. Por isso, é muito importante que você como dono sempre mantenha seu cão o mais livre de carrapatos possível.





Ciclo de vida do carrapato

Ovos: Podem ser milhares e, em duas semanas, estão prontos para dar origem às larvas.
Larva: Após eclodir do ovo, a larva procura imediatamente por sangue. Uma vez alimentada, volta ao solo e muda para a fase evolutiva seguinte.
Ninfa: Depois de mudar para ninfa, o carrapato procura por mais sangue. Uma vez alimentado, cai no solo e muda novamente, agora para a fase adulta.
Adulto: Já adulto, o carrapato procura por sangue outra vez. Quando estão cheias de sangue, as fêmeas se desprendem do hospedeiro para realizar a oviposição no ambiente.

Doenças de carrapatos:

Babesiose: Causa uma severa anemia que pode danificar o fígado, os rins e o baço, sendo o primeiro sintoma uma febre de mais de 41 º C. A urina fica escura por causa da presença de sangue.  Algumas vezes, a doença causa sintomas neurológicos, como ranger de dentes ou comportamento trôpego, e os cachorros morrem em quatro dias. Para tratar a babesiose, usam-se drogas antiprotozoárias. No Brasil, a maior incidência de casos de Babesiose se dá no nordeste, sendo menos comum nos estados do Sul e do Sudeste.

Erliquiose: Produz uma ampla variedade de sintomas, desde sangramento nasal, febre de até 40,5º C até a supressão do sistema imunológico. A opção para tratamento são antibióticos, como tetraciclina. São encontrados casos da doença em todas as regiões do Brasil (LEIA MAIS SOBRE A ERLIQUIOSE EM CÃES AQUI)

Doença de Lyme: Nos Estados Unidos, é a mais comum entre as doenças transmitidas por carrapato. No Brasil foram encontrados focos em São Paulo, Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. O carrapato precisa sugar de 12 a 24 horas para transmitir a doença. Cães com doença de Lyme geralmente mancam, ficam desanimados e têm febre alta. Raramente, também apresentam erupção na pele, em formato de olho de boi, mas o pelo dificulta essa observação. O tratamento é feito com antibióticos.

Febre maculosa: Causa febre alta, rigidez, respiração difícil, vômito, diarreia, edema na pata e no focinho, e, finalmente, sangramento nasal, na urina e nas fezes. Para que se fique infectado, o carrapato precisa sugar no mínimo quatro horas. Antibióticos como doxiciclina revertem os sintomas em um ou dois dias, desde que a doença seja tratada logo no começo. A febre maculosa pode ser uma doença muito grave, levando muitas vezes à hospitalização e registrando sequelas e casos fatais. No Brasil, mais notados estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco.

Paralisia do carrapato: Acredita-se que seja causada por uma neurotoxina existente na saliva do carrapato que, vagarosamente, paralisa o cachorro em um período de 48 a 72 horas. Se todos os carrapatos forem removidos, a paralisia normalmente desaparece em cerca de um dia.



CHOCOLATE PODE INTOXICAR SEU CÃOZINHO



Nenhuma época do ano é tão perigosa para os cães quanto a Páscoa. O chocolate é a paixão de muita gente e também pode ser o objeto de desejo de muitos cães.

O que eles não sabem e muita gente também não, é que o chocolate é altamente tóxico para os cães, podendo inclusive matá-los.
Nessa época do ano, a presença de um chocolate esquecido sobre a mesa ou mesmo alguns pedaços oferecidos ingenuamente aos cães podem intoxicá-los. O chocolate é altamente palatável e muito atraente aos cães, porem alguns de seus componentes como a metilxantina (teobromina e cafeína) podem intoxicá-los. Além disso os seus componentes lipídicos podem causar diarreia e vômitos mesmo se quantidade de teobromina for pequena.

A quantidade de teobromina varia de acordo com o tipo de chocolate. Quanto mais gordura possuir, menor será o teor de teobromina, como por exemplo, os chocolates brancos, que não oferecem tanto risco de intoxicação para os cães.
Quanto mais escuro, “puro e concentrado”, for o chocolate, mais teobromina possui e consequentemente maior o risco de intoxicação. Assim sendo, o chocolate amargo, utilizado em confeitarias para fazer doces é o que oferece maior risco de intoxicação, pois possui em torno de 1,35% de teobromina. No chocolate branco esse teor gira em torno de 0,005%.
A dose tóxica de teobromina para cães é em torno de 100-150 mg por kg de peso e a dose letal situa-se entre 250-500 mg por kg de peso.
Para se ter uma ideia da quantidade de teobromina nos diferentes chocolates veja abaixo:

- Semente de cacau: 300 a 1500 mg de teobromina em cada 30 gramas.
- Chocolate liquido bruto (industrial): 390 a 450 mg em cada 30 gramas.-
- Chocolate escuro (amargo) : 135 mg em cada 30 gramas.
- Chocolate ao leite: 44 a 66 mg em cada30 gramas.
- Chocolate branco: 0,25 mg em cada 30 gramas.
- Chocolate de confeiteiro em pó: 400 a 737 mg em cada 30 gramas.

Como a quantidade de teobromina varia de acordo com o tipo de chocolate, a intoxicação vai depender da quantidade ingerida. A grande maioria dos chocolates da páscoa são chocolates ao leite (30%) e mesmo chocolate branco e assim a quantidade de chocolate para causar uma intoxicação pode ser muito grande para cães maiores.

O perigo acaba sendo os cães menores ou quando da presença de chocolate escuro ( 60 a 80%). Quando a quantidade de teobromina for baixa, o perigo acaba sendo as gorduras que levará certamente a um quadro de vômito e diarréia.
Veja abaixo a quantidade necessária dos diferentes chocolates para causar intoxicação nos diferentes pesos dos animais.


PESO DO CÃO 100 gr DE CHOCOLATE BRANCO (0,8 MG DE TEOBROMINA) 100 gr DE CHOCOLATE AO LEITE (200 MG DE TEOBROMINA) 100 gr DE CHOCOLATE ESCURO (450 MG DE TEOBROMINA)
2,0 KG 25 KG 100 gr 44 gr
5,0 KG 62,5 KG 250 gr 111 gr
10 KG 125 KG 500 gr 222 gr
15 KG 187,5 KG 750 gr 333 gr
30 KG 375 KG 1500 gr 666 gr


A metabolização das metilxantinas no cão encontra algumas particularidades que tornam a sua ingestão altamente perigosa. Sendo um componente altamente lipossolúvel, vai atravessar as barreiras placentárias e hematoencefálica facilmente, sendo absorvida em boa parte do trato digestivo, principalmente estomago e intestino. Uma vez absorvido e distribuído no organismo, no sistema nervoso, levando á excitação. A cafeína estimula diretamente o miocárdio (músculo cardíaco) e o sistema nervoso central, potencializando a excitação causada pela teobromina.

Outra particularidade da teobromina é a sua meia vida, ou seja, o tempo que fica agindo no sangue do animal. No cão a meia vida da teobromina é de 17 horas, podendo ficar no organismo por até 6 dias, pois sua eliminação não acontece pelos rins, somente por via hepática.
Em grandes quantidades no organismo do cão, a teobromina vai causar, excitação, hipertensão moderada, bradicardia ou taquicardia, arritmias (contrações ventriculares prematuras), tremores, ofegância, e incontinência urinária. Já a cafeína vai levar a taquicardia, taquipneia, hiperexcitabilidade, tremores e por vezes convulsões.

Os sinais clínicos são: vômito, diarréia, polidipsia e poliúria (bebe mais água e urina mais), náuseas e arritmias cardíacas. Podem apresentar incontinência urinária, hipertermia (aumento da temperatura corpórea) e em casos mais graves coma e morte. Hemorragia intestinal pode ocorrer em alguns casos normalmente entre 12 e 24 horas após a ingestão.

O tamanho do cão também influencia na intoxicação: geralmente a intoxicação é mais comum em animais de pequeno porte, pois há maior quantidade de chocolate disponível em relação ao seu peso corporal. É mais comum também em animais mais jovens e filhotes, pois sua curiosidade natural faz com que ingiram grandes quantidades de alimentos estranhos. As quantidades tóxicas não necessariamente precisam ser ingeridas de uma única vez, já que a teobromina pode permanecer no organismo por até seis dias. Em consequência disso, doses repetidas em dias sucessivos também podem levar à intoxicação.

Infelizmente não existe antídoto para a intoxicação com teobrominas e então o tratamento deve ser de suporte para os sintomas apresentados. Trata-se de uma emergência médica e a intervenção do Médico Veterinário se faz necessária e na maioria dos casos a internação é recomendada. Se a ingestão for recente (até 3 horas) a indução ao vômito deve ser instituída.
Como o chocolate por sua constituição gordurosa, tende a ficar “grudado” na mucosa gástrica, a lavagem gástrica pode ser feita, principalmente se a indução ao vomito não for satisfatória ou se já fizer mais tempo de ingestão. Deve receber soro na vei para reidratar e fazer a correção de eletrólitos. As convulsões e arritmias devem ser monitoradas e o uso de carvão ativado pode diminuir a absorção das teobrominas, diminuindo a sua meia vida.
Caso a ingestão seja de chocolate branco ou um chocolate com baixa concentração de teobromina o que pode ocorrer é somente um quadro gastroentérico (vômito e diarréia) devido a presença de lipídios e nesse caso os sintomas serão mais discretos e o prognóstico poderá ser bom, com uma rápida recuperação do animal, depois do tratamento sintomático.