Caudectomia é o corte da cauda dos animais domésticos. Em cães de guarda e defesa como dobermans, buldogues e pugilistas, o corte das orelhas e da cauda eram muito comuns, pois eliminava um ponto vulnerável se um outro animal os atacasse. No entanto, a prática se espalhou para outras raças de cães e gatos por razões puramente estéticas.
Do ponto de vista veterinário, a aparência do cão, unicamente para agradar ao dono, não justifica o enorme sofrimento que é submetido o animal que passa pela operação. Inclusive, médicos-veterinários são proibidos por lei de fazer a caudectomia. A Resolução Nº 1.027, de 10 de maio de 2013, regulamenta em seu parágrafo único:
“São considerados procedimentos proibidos na prática médico-veterinária: caudectomia, conchectomia e cordectomia em cães e onicectomia em felinos.”
Nos últimos anos, vários veterinários se negaram a realizar essas operações e tentam convencer os proprietários a abandonarem essa ideia. Os motivos são os seguintes:
1 – Não são cortes, mas sim amputações
A Caudectomia é um evento traumático, pois além da retirada da cauda afeta os nervos, vasos sanguíneos e outros tecidos além de cortar a pele.
2 – A cauda é a continuação da espinha vertebral
A cauda consiste nas chamadas vértebras caudais, acompanhadas de outros tecidos. Ela é um elemento importante na manutenção do equilíbrio do cão. Para se movimentar corretamente o animal precisa fazer movimentos com a cauda.
3 – A cauda e orelhas são vitais para a comunicação do cão
Além da comunicação oral (latir, rosnar ou chorar), o cão envia mensagens para outros cães num nível físico. A posição das orelhas e o movimento da cauda possuem um papel importante na comunicação e na socialização com outros animais.
4 – Possui fins apenas estéticos
Com exceção de casos muito específicos em que a saúde do animal de estimação é afetada, como na remoção de um tumor ou lesões que afetem estas áreas, as amputações são proibidas por lei.
5 – É extremamente dolorosa e traumática para o animal
Embora a amputação da cauda seja realizada durante os primeiros cinco dias de idade, quando os nervos e tecidos são menos susceptíveis, o animal sente muita dor. Os veterinários normalmente aplicam um anestésico local, mas sabe-se que os criadores não usam nenhum tipo de anestésico causando um enorme trauma aos animais.
A amputação é um processo caracterizado por sangramento intenso e muito desconfortável para o animal de estimação após a cirurgia.
6 – O manuseio pós-operatório pode causar a morte do cão
A caudectomia pode deixar feridas abertas que podem causar infecções além de atingir e comprometer a coluna vertebral. Em casos graves, o cão pode sofrer de sepse (infecção generalizada) e morrer.
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